quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Editorial

Portugal pobre…

Desde as Eleições Legislativas de 27 de Setembro várias têm sido as conjecturas sobre o futuro Governo de Portugal. Quais os ministros que ficam, quais os que saem; que coligações e entendimentos vão ser feitos e com que partidos; que Primeiro-Ministro vamos ter, o “animal político feroz” ou o político dialogante que sabe ouvir e gerar consensos. Não são questões de somenos, é certo, porque o êxito de um programa de Governo depende bastante daqueles que o interpretam e colocam em prática, mas que não deviam desviar a atenção do mais importante e decisivo e que mais preocupa o “Zé Povinho”: que políticas vão ser seguidas daqui para a frente para resolver os verdadeiros problemas das pessoas? Além desta, uma pergunta mais concreta tem ficado por fazer nas (agora mais escassas) aparições públicas de José Sócrates: que medidas vão ser tomadas para debelar o problema da pobreza no nosso país, que atinge cerca de dois milhões de portugueses (repita-se: cerca de dois milhões de portugueses)? Enquanto esta questão não for resolvida, o chamado Portugal de Abril não dorme descansado. Ou dorme?

Realizaram-se mais umas Eleições Autárquicas, nas quais o povo português foi chamado a votar e a decidir. Em Penela a tendência foi de dar um voto de confiança aos autarcas no poder, com excepção para a Freguesia do Rabaçal, que deve ser entendida como reconhecimento e aval ao caminho que tem vindo a ser seguido. O povo decidiu. Está decidido!

Penela acolheu, no passado sábado, o segundo convívio de gerações dos habitantes do antigo Bairro Marechal Carmona, hoje Norton de Matos (Coimbra). Duas notas sobre este evento: a primeira para o facto de as portas de Penela estarem abertas e de aqueles que a visitaram terem partido com vontade de voltarem; a segunda para o mentor da iniciativa, Fernando Rafael, e para a decisão de ter trazido o “Encontro de Gerações” até Penela, prestando assim tributo à terra onde nasceu, ao pai, à mãe, aos irmãos, aos amigos. Chapeau!

O trabalho da nova Direcção do Penelense começa a dar frutos. A adesão dos jovens penelenses à prática desportiva (nomeadamente futebol, futebol de 7 e futsal), a boa utilização que está a ser feita dos espaços desportivos existentes em Penela e, sobretudo, há que realçá-lo, a forma de trabalhar, dinâmica e extremamente organizada, do Presidente João Horta (e certamente da restante equipa directiva), conjugam-se para que, no futuro, surjam resultados desportivos positivos tendentes à consolidação do clube no panorama futebolístico (e não só) distrital. Trata-se de um caminho difícil e que deverá merecer a atenção dos penelenses em geral, nomeadamente daqueles que sentem as cores do emblema do Clube Desportivo e Recreativo Penelense. Para já, o trabalho da Direcção do clube, e o esforço que lhe está inerente, merecem ser acompanhados e apoiados. Tem a palavra o concelho…

António José Ferreira

2 comentários:

Anónimo disse...

Está bem que o PS escolheu um candidato jovem, concorrendo com outro jovem e já no poder há 4 anos. Não sou de Penela, mas vejo em Penela bastantes potencialidades.

Agora sinceramente há coisas que não se podem esconder. Zona Industrial não existe.
Existe um Canil Municipal em que não se sabe bem para quê. Não se dá oportunidade aos animais de terem novo dono. Pessoas sem qualificações na área, um total desperdício.
Depois acho que a Televisão e a Radio devem ter motivos para ir ao encontro das terras, porque assim é publicidade gratuita. Ao invés, o Município parece gastar dinheiro, bastante em publicidade. Aparece endividamento e obra nem por isso.

Não sei qual a percentagem de cobertura de esgotos, mas penso ser muito baixa em Penela.

É preciso e parece haver alguns investidores, mas esses investimentos, nas aldeias por exemplo, é para a classe alta. Quem de Penela irá usufruir? Apenas a Câmara. Já agora, recordam-se do elefante branco do empreendimento do Bacalhau?

Bom, espero que Penela nestes 4 anos que não serão susceptíveis a serem bons anos na perspectiva económica, melhor a qualidade de vida dos Penelenses e acima de tudo que tire a maior rentabilidade do que de bom tem.
Já agora, apoiar a Industria e Comércio local. A rua principal de Penela tem muito pouco para ofercer. A própria vila em si, tem muito pouco para ofercer. Nem locais para construir ...

Bom, já me alonguei um pouco.

Cumprimentos
JN

Unknown disse...

"Portugal Pobre" é o título deste artigo, mas Rui Moreira da Associação Comercial do Porto tem ainda melhor definição "país pobre com comportamentos de novo rico". O grande flagelo do Portugal actual é de facto o "fachadismo", um tipo de exibicionismo de um bem-estar fictício. Existe a todos o níveis seja nacional seja concelhio: planeamos o TGV mas raramente temos um bife no nosso prato, organizamos grandes festas e eventos, mas dentro da casa temos frio. Espero que o novo governo e as novas autarquias façam mais "realpolitik" e gostaria mencionar aqui alguns exemplos brilhantes da actualidade: Alcoutim gastará 100.000€ em aparelhos auditivos para os idosos e VR Santo António 300.000€ em assistência dentária para os carenciados. Dar prioridade às necessidades básicas deve ser a regra, o show é para depois.