quinta-feira, 8 de abril de 2010

Editorial

Saúde para todos!

Declaração de Alma-Ata: “Os cuidados de saúde primários são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade, mediante a sua plena participação, e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase do seu desenvolvimento, com o espírito de autoconfiança e autodeterminação. Fazem parte integrante do sistema de saúde do país e representam o primeiro nível de contacto dos indivíduos, da família e da comunidade, com o sistema nacional de saúde, devendo ser levados o mais próximo possível dos lugares onde as pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um processo continuado de assistência à saúde.”

Ontem foi Dia Mundial da Saúde. Hoje é Dia Mundial da Luta Contra o Cancro. Momentos propícios à reflexão sobre o melhor caminho a traçar para a Saúde em Portugal, nomeadamente para levar a bom rumo a lógica economicista que paira também sobre este importante sector (em alguns casos bem justificada, mas que nunca deve ser levada ao extremo sem que antes estejam garantidas condições que permitam que os cuidados de saúde sejam mesmo para todos).
Reclamamos muito contra a Saúde. Ora por isto, ora por aquilo. E assim esquecemos, tantas vezes, os profissionais de saúde, homens e mulheres que executam com galhardia a profissão que abraçaram, a espaços em condições adversas que sentem na pele bem antes dos utentes. Merecem o nosso reconhecimento.

Na edição anterior “atirámo-nos” com “unhas e dentes” aos faustosos vencimentos dos gestores públicos. Mas havia mais. Soube-se entretanto que António Mexia, presidente executivo da EDP, recebeu 1,5 milhões de euros referentes a remunerações e prémios de 2009 mais 1,6 milhões de euros de um prémio plurianual, o que perfaz a módica quantia de 3,1 milhões de euros (média de 8493 euros por dia – sim, 8493 euros por dia).
Vem a propósito: “o povo saiu à rua”, cantou Zeca Afonso. O povo já não sai à rua?

António José Ferreira

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