quarta-feira, 20 de abril de 2011

Editorial

Todos juntos!

O episódio do turista finlandês que, num restaurante da Madeira, interpelou o Dr. Pedro Passos Coelho com a frase “espero que a sua refeição não vá ser paga com os meus impostos” deve nortear a nossa atitude colectiva. Foi com o líder do PSD, podia ter sido com outro dirigente de qualquer outro partido ou com qualquer outro português. É hora de, unidos e com verdadeiro espírito de união, darmos as respostas necessárias à situação que todos vivemos e que angustiam e geram medo nos portugueses. A nossa história é rica em episódios de revolta colectiva, nos quais sempre demos a volta por cima; outros em que fomos “ao fundo” mas nos reerguemos com o esforço de todos (ou quase todos); outros ainda em que fizemos das fraquezas forças para lutarmos por nós e pelo nosso país. Estamos “de calças na mão” perante a Europa e o Mundo mas saberemos reagir, qual “padeira de Aljubarrota”, não com armas mas com atitude. Todos juntos!
É frequente ouvir-se dizer que os sacrifícios devem ser repartidos por todos. Sejam. Devem sê-lo! Mas mais do que isso, é preciso é que a todos cheguem o conforto e o bem-estar. Esses e outros parâmetros da chamada “qualidade de vida”, sim, urge repartir por todos, sem excepção, na mesma medida em que é preciso que todos trabalhem para que esse desígnio colectivo seja alcançável. Há portugueses que passam fome e essa constatação, por si só, deve ser mais do que suficiente para que também os políticos, todos e de uma vez por todas, unam esforços para o bem comum de Portugal e dos portugueses.
Não se confunda, há que ressalvá-lo, palavras de apelo à união com qualquer tipo de branqueamento em relação à situação caótica e submissa em que Portugal se encontra. Não se chega a uma situação de pré-bancarrota por acaso e a assumpção dos erros cometidos é fundamental para que não se repitam. O desperdício, a corrupção, o compadrio, a impunidade, as mordomias concedidas a (alguns) políticos e gestores públicos, o albergar de “amigos” em institutos e fundações, entre outros pecados “capitais”, devem ser definitivamente abolidos da sociedade portuguesa. Basta!  

António José Ferreira 

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