Obrigado, Doutora!
Num dos piores momentos do Região do Castelo, já com “a toalha no chão”, enviei email a diversas pessoas e instituições a dar conta do fim do projecto. De um deles veio resposta imediata: “António José, um jornal como o nosso não pode acabar assim de um momento para o outro. Vamos conversar”.
Marcámos para as 16 horas do dia seguinte, no Café Santa Cruz, em Coimbra. Cheguei atrasado, cerca das 16h09. A Dra. Palmira ainda não estava. Sentei-me, esperei. Às 16h30, com aquele sorriso, entrou no café e disse-me: “Está a ver? Isto é que é pontualidade”. Sorri também, num primeiro contacto mais espontâneo e natural com a fascinante figura que é a Dra. Palmira, com quem adoramos conviver.
Conversámos. Muito! Senti nela a determinação que eu também precisava; senti nela a coragem que me estava a faltar; senti nela idêntica paixão pelo Região do Castelo, o nosso jornal. “Dinheiro não tenho, mas conte com todo o meu apoio”, prometeu.
Logo ali delineámos a estratégia para a manutenção do jornal. O primeiro passo foi uma reunião com o presidente Paulo Júlio, que desde a primeira hora reconheceu no Região do Castelo uma mais-valia para o concelho de Penela; seguiram-se conversas com outros amigos, igualmente empenhados na manutenção do jornal; seguiu-se a angariação de publicidade e mais assinantes. O Região do Castelo voltou às bancas e a casa dos leitores no dia 24 de Setembro de 2009 e, de então para cá, com altos e baixos, tem crescido e melhorado em termos de imagem e conteúdo. Nos tais “baixos” vale a determinação e firmeza da Dra. Palmira, nunca permitindo que se baixe os braços mesmo quando a desmotivação teima em querer apoderar-se de nós e quando escasseiam os apoios, fundamentais para um projecto como o que temos em mãos. Claro que a Dra. Palmira também tem os seus “baixos”. Porque é humana e porque tudo o que faz é assente em valores humanistas. Recentemente, num momento de maior tensão, informou-me: “António José, a partir de hoje só muito esporadicamente vou tratar de questões de publicidade”. Inverno de pouca dura… Passados dois dias “pegou” às nove e “saiu” já depois das dezanove, sempre a trabalhar em prol do Região do Castelo. Cansada mas feliz. E com aquele fantástico sorriso!
Continuaremos, Dra. Palmira, a manter “duras” discussões por email (nas quais ainda me “safo”, porque de viva voz “perco” com toda a certeza); continuaremos a ter fantásticas conversas de olhos molhados (as suas histórias de vida fazem-nos querer seguir em frente, mesmo quando parece que o mundo está a acabar); continuaremos, com coragem e determinação, a pugnar pelo crescimento do Região do Castelo (o nosso jornal).
As homenagens fazem-se, também, por pequenos grandes e inesquecíveis gestos como o seu, Dra. Palmira: o de ter “saltado” para dentro do barco quando outros, ao longe e de fininho, já o viam lá no fundo…
Obrigado, Doutora!
António José Ferreira
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