quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Editorial

Formação!

Portugal foi campeão no Euro 2012. Dos gastos! Só de hotel, a seleção das quinas pagou 33.174 euros por noite, em contraponto com os vizinhos espanhóis, campeões europeus e mundiais, que se quedaram pelos 4700. Diferença colossal…
Conhecidos estes números, trazidos à liça pela “maldita” Comunicação Social ainda antes da partida para Opalenica (Polónia), a Federação Portuguesa de Futebol depressa veio esclarecer que essa despesa não onerava o Estado ou a própria estrutura federativa, uma vez que as verbas provinham de receitas relacionadas com a participação da seleção no Campeonato da Europa. Mas as receitas angariadas teriam forçosamente de ser “queimadas” com a participação no Euro? Ou, pelo contrário, poderiam ser canalizadas para outras áreas, entre elas a formação de jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes ou para apoio a Associações e Clubes verdadeiramente imbuídos do espírito formativo?
Vêm estas questões a propósito da chamada de atenção do vice-presidente do Penelense, Carlos Fernandes, em entrevista concedida ao Região do Castelo, para a escassez de cursos de treinadores promovidos pela Associação de Futebol de Coimbra. Reparo que nos mostra um dirigente atento e virado para o futuro e que recusa falar de “formação” de forma vã e meramente populista. Pugnar pela gradual formação dos técnicos recrutados pelo clube, reconhecendo-lhes ao mesmo tempo mérito, dedicação e entusiasmo, é uma “receita” que levará certamente ao sucesso.   

António José Ferreira

1 comentário:

Unknown disse...

A F.P.F. não é diferente dos nossos governantes a todos os níveis: gastar para obter algum prestigio imaginário, esconder a realidade económica com uma ostentação superficial. Pergunta final: a pobreza mental e espiritual não é muito mais grave do que a material?